sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Um "até breve"!



Caro(a) visitante, querido (a) amigo(a)

Novembro é o mês de aniversário deste blog, o Bluemaedel, e como há muito tempo não atualizava este espaço... eis a oportunidade pega a laço; laçada está!

Como tudo na vida se move,  tenho de "dar um tempo" com as publicações por aqui e no Quinze Contos Mais, e nas leituras em outros sites também. As prioridades mudaram e não tenho conseguido conciliar com os blogs, para o bem ou para o mal. 

Digo isto com bastante pena porque até agora só tive boas experiências neste mundo dos blogs. De vez em quando seguirei atualizando os outros projetos: o Sem Vergonha de Contar, o Quintextos e o Bluemaedel Lê. Bom, pelo menos esse é o plano...

Assim sendo, agradeço muito a sua visita, leitura e eventuais comentários. 

Quem sabe seja só um "até breve"... Mas se não for, fica o registro e o apreço por sua atenção e companhia ao longo de todos esses anos!


Com carinho,

Helena Frenzel (a Bluemaedel).


"Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure."

Trecho de Soneto de Fidelidade, Vinicius de Moraes.





© 2014 Helena Frenzel. Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons - Atribuição - Sem Derivações - Sem Derivados 2.5 Brasil (CC BY-NC-ND 2.5 BR). Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito à autora original (Para ter acesso a conteúdo atual aconselha-se, ao invés de reproduzir, usar um link para o texto original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

POR QUE PASSEI A EDITAR MEUS PRÓPRIOS LIVROS



Sempre fui uma pessoa prática, característica que só aumentou desde que vivo na Alemanha. Ainda hoje me encanta o jeito das pessoas fazerem certas coisas por aqui: quando têm um projeto, elas planejam e logo partem para a busca do que precisam para realizá-lo e, zack-zack, realizam-no! Ninguém costuma ficar esperando que o tempo mude para começar a semear.

Até 2007 eu nunca havia pensado em publicar livros ou artigos fora do universo acadêmico, de modo que quando cogitei publicar escritos de outra natureza, que eu mantinha há muito tempo na gaveta, nunca jamais passou por minha cabeça submetê-los a qualquer concurso ou editora e seguir o processo de publicação tradicional. Segui o caminho mais à mão: criei um blog, o Bluemaedel, e comecei a publicar, oras! Mais tarde encontrei o site brasileiro Recanto das Letras, onde se pode publicar gratuitamente, além de poder interagir com outros escritores, isto é, pessoas que se dispõem basicamente a escrever. 

Com o passar do tempo fui refinando meu conceito de escrita e também de interação, de modo que deixei de gastar tempo com ‘escritores’ que pareciam não esperar outra coisa de seus 'leitores' que não elogios ou comentários vazios ou de teor pessoal. Sempre achei que quem escreve (não só para si) deve ter alguém com quem possa falar sincera e criticamente sobre o que publica ou lê, e foi exatamente esse tipo de interação que passei um bom tempo procurando nos vários sites literários por onde andei. Conheci muita gente, verdade, porém pouquíssimas pessoas com objetivos semelhantes aos meus. E como sempre fui dada a conversar com livros, voltei-me a eles muito mais e abandonei praticamente os ‘literários’ sites. 

Em pouco tempo percebi que minha escrita não poderia jamais depender de qualquer recepção, caso contrário estaria fadada a parar de escrever muito em breve por não ter leitores ou qualquer motivação externa e, cedo, creio, consegui me livrar do peso da expectativa e da aceitação alheia. Uma vontade encontra uma maneira: como eu já tinha os blogs e não tinha qualquer dificuldade para operar os softwares necessários, recorrer aos ebooks foi um caminho muito natural, pois vi neste formato eletrônico um mundo de possibilidades.

Outra coisa: eu nunca pensei em vender meus escritos ‘literários’ e quem quer publicar gratuitamente seus ebooks na rede dificilmente encontra espaço nos grandes portais, como a Amazon por exemplo, ou outros grupos fechados, sem falar nos contratos que os autores ou as editoras têm de aceitar para publicar aqui ou acolá. Detalhe: muito pouca gente (quer dizer: quase ninguém) está de fato interessada em cooperação genuína no meio literário, a falta de generosidade nesse meio é algo assustador e isso me revolta bastante.

Por isso criei o Quintextos, por crer no poder transformador da cooperação e pela liberdade de poder publicar o que eu quiser, desde que dentro da política de conteúdo da plataforma que hospeda o meu site, o blogger, o que até agora plenamente me satisfez.

Há pessoas que não abrem mão da publicação em papel e, portanto, desprezam as publicações em ebook. Já me perguntaram quando eu publicaria meu primeiro livro, como se nenhum dentre os nove ebooks de minha autoria pudesse entrar nessa conta tão especial. Ou seja: para algumas pessoas o ebook não é um tipo válido de publicação, e eu apenas lamento que assim pensem, mas também é só, sigo publicando da forma que não gera gastos além de tempo e dedicação necessários para se fazer qualquer trabalho que seja bom. E eu gosto do que faço, gosto mesmo!

Resumindo: publico de forma independente em formato ebook não por qualquer editora ter-se recusado a publicar qualquer texto meu, mas simplesmente porque eu nunca me interessei em consultar ninguém a respeito, eu tinha a faca, o tempo e o queijo, então cortei-o, e foi só!

O tempo passou e hoje até divido o bolo, disponibilizando-me a editar gratuitamente textos de outros autores, textos que desejo ter na minha biblioteca virtual no prático formato ebook para quem desejar lê-los, baixá-los, indicá-los, imprimí-los, enfim: compartilhá-los. Tivesse eu mais tempo, editaria muito mais!

Seria maravilhoso, claro, se eu recebesse mais feedbacks espontâneos sobre minhas publicações, pois me proporcionaria mais crescimento, mas a vida segue também sem eles, e muito bem aliás, e assim vamos, não?


Nota: este texto foi publicado primeiramente no meu face, mas como muita gente opta por não estar nesta plataforma (atitude que eu acho muito boa e incentivo aliás), reproduzo-o aqui no Blog. Ainda que não seja inverno, passarei hibernando os próximos meses, de modo que não penso em postagens novas para a ocasião. Deixo a todos que por aqui passarem (com boas intenções) um sincero agradecimento e um abraço. 

Cordialmente, 
Helena Frenzel.




© 2014 Helena Frenzel. Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons - Atribuição - Sem Derivações - Sem Derivados 2.5 Brasil (CC BY-NC-ND 2.5 BR). Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito à autora original (Para ter acesso a conteúdo atual aconselha-se, ao invés de reproduzir, usar um link para o texto original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Uma casquinha para a reflexão



Recebi este email de uma amiga. Achei a mensagem tão linda e necessária que pedi a ela gentil permissão para publicar.

Por Márcia Montenegro

“Amiga, dia desses meu filho presenteou-me com uma grande lição de vida. Foi mais ou menos assim: ele teve um ótimo dia! Brincou, foi alimentado, cuidado, protegido, afagado, cercado de mimos, carinho e orientação. Ao final do dia fomos ao shopping e compramos roupas novas, sapatos e jogos de x-box, depois lanchamos no lugar escolhido por ele e quando já estava farto de todas as coisas, ele desejou um sorvete de casquinha. Pense, um mero sorvete de casquinha. Ocorre que quando meu marido foi comprar o tal, as lanchonetes já estavam fechando e a compra não foi possível. Meu filho então iniciou um choro lamentoso que se prolongou até o estacionamento. Ao chegarmos em casa, achei por bem perguntar a ele, esperando uma resposta entusiasmada face a todas as coisas bacanas que ele havia vivido e ganho naquele dia:
- Filho, você gostou do seu dia? Ele, de pronto, respondeu: - Foi o pior dia de todos! Perplexa voltei a indagar: - Mas por quê, filho? Ele saiu com essa: - Porque eu não ganhei sorvete de casquinha!
Meu marido e eu nos entreolhamos e, depois de corrigi-lo (o que o fez sair ainda mais chateado do quarto), comentamos que a pouca maturidade do nosso menino o fez dizer tamanha bobagem. Voltei-me para o meu marido e disse:
- É assim mesmo que nos portamos diante de Deus e do Nosso Senhor Jesus, meu querido, Dele tudo recebemos, a começar por este planeta lindo que insistimos em vilipendiar, até a nossa família, marido, filhos, pai, mãe, irmãos, amigos, trabalho, sustento, inteligência, saúde, habilidades, oportunidades. Recebemos tudo isso com ares de que assim o é por nosso próprio merecimento, e, se merecemos, tanto faz conservarmos tais coisas ou não, cuidarmos ou não, valorizarmos ou não, porque, segundo esse raciocínio, no final das contas novas e novas oportunidades nos serão dadas. Portanto, se lançamos fora a rica experiência do viver em família, basta arranjamos outra para substituir a anterior, se não estamos lá muito satisfeitos com o trabalho, rapidamente arranjamos um culpado para nossas agruras, vestimos a capa de vítimas e, certos de que mereceremos algo melhor (afinal a culpa é sempre dos outros), perdemos mais uma oportunidade de refletir, aprender e servir.

A pedra de tropeço desse modo de pensar e viver é que não somos credores da graça divina, antes, meros despenseiros da sua misericórdia. É por amor incondicional que tudo isto nos chega às mãos, não por justiça.
Enfim, Ele satisfaz até os nossos pequenos e mais pueris desejos (quem pode negar isto?), e, como não bastasse, arremata esta extensa lista de benesses concedendo-nos a esperança e a oportunidade de salvação, mediante a graça que há em Cristo Jesus.
Assim o faz, e, ao final de cada dia, de Sua boca misericordiosa e amável ouvimos em algum lugar de nossas almas esta simples pergunta: “Então, meu (minha) filho(a), como foi o seu dia?” No que, não raro, nos apressamos em responder: “Não foi tão bom assim não, o Senhor não me deu o sorvete de casquinha que eu tanto queria...”
Somos ou não somos crianças em espírito?”

* * *

Tanto acho que somos crianças em espírito, em nossa grande maioria, que resolvi publicar esta bela reflexão na esperança de que possa servir a outros, dado que a mim já serviu: me fez recordar que tudo é questão de perspectiva e que o mundo não gira em torno de nós.

Obrigada, Márcia, pela partilha. Muito mais Luz para você!



© 2014 Helena Frenzel. Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons - Atribuição - Sem Derivações - Sem Derivados 2.5 Brasil (CC BY-NC-ND 2.5 BR). Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito à autora original (Para ter acesso a conteúdo atual aconselha-se, ao invés de reproduzir, usar um link para o texto original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

segunda-feira, 30 de junho de 2014

Do compromisso dos novos autores com a formação de novos leitores

Experiências como esta relatada pela Maurem Kayna eu acho muito válidas, dou todo o meu apoio. No Brasil hoje em dia parece que há tantos escritores (pelos menos há muitos escrevendo ou tentando escrever) que eu sempre me pergunto quantos destes escritores estariam dispostos a ir a escolas dar palestras ou fazer leituras gratuitamente. 

Vejo muitos reclamando da falta de leitores e percebo quase nenhum apoio prático às poucas iniciativas que se propõem a fomentar leitura e escrita num público infanto/juvenil (o Pequenos Escritores da Canastra, por exemplo, só para citar um). 

Levar esses pequenos leitores e escritores (pequenos poetas) a sério já seria uma grande contribuição para o desenvolvimento deles, pois ainda que a literatura da atualidade nunca venha a ser considerada 'literatura de grande valor', comparado ao que já foi produzido no passado, ler e escrever melhor só traz vantagens em geral, para os indivíduos e para a sociedade. 

Um comentário que me chocou quando da proposta de fazer um livro com textos escritos por crianças, ainda mais por ter vindo de uma pessoa que atua como editor no Brasil: "Eu não sou a favor de incutir na cabeça das crianças a idéia de que elas podem escrever"

Esta mentalidade pequena e mesquinha me deixa triste, mas ao mesmo tempo me empurra a seguir tentando fazer diferente.

Ah, só para citar um exemplo: a Socorro Acioli, autora do livro infantil que ganhou um Jabuti em 2013, segundo o que está em seu site: "Sua obra de estréia, O Pipoqueiro João, foi escrita quando a autora tinha ainda oito anos de idade. Publicado pela Nação Cariry Editora." Grifo nosso, para destacar a idade do feito aos que insistem em desvalorizar a capacidade infantil.

Creio sinceramente que toda vontade encontra uma maneira. Meu trabalho é de formiguinha, mas não penso em desistir não. Sei que uma andorinha só não faz verão, mas se mais pessoas fizerem o mesmo... quem sabe, não? ;-)


© 2014 Helena Frenzel. Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons - Atribuição - Sem Derivações - Sem Derivados 2.5 Brasil (CC BY-NC-ND 2.5 BR). Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito à autora original (Para ter acesso a conteúdo atual aconselha-se, ao invés de reproduzir, usar um link para o texto original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

sábado, 28 de junho de 2014

Descansa...



Por que se chora quando alguém parte?
A gente chora porque dói,
Porque dura,
Durou
E foi importante;
Porque valeu,
Porque foi bom;
Porque se ama
E se é humano,
Porque no choro somos todos iguais:
Líquidos,
Desde quando nascemos,
Do primeiro ao último sopro,
De quando os intestinos funcionaram pela primeira vez.
Primeiro o coração,
Depois o cérebro...
A vida se sabe, do princípio ao fim
E não termina,
Só faz uma pausa,
E tudo segue numa outra dimensão.
A vida está nos intestinos
E o relógio pára quando eles param.
O tempo é um elo entre um ciclo e outro
Novo ciclo num outro lado
E tudo é novo para quem fica
E para quem vai,
Resta aprender a viver sem
E a viver mais
A viver a dor
A aceitar a perda
Deixar o riacho das lágrimas
Correr nas lembranças,
Oceano, rio e mar.

Que tenhas um bom descanso,
Finalmente.
Tu, que nesta vida passaste
Por tantas tristes fases
E de todas as tormentas
Reforçaste o sorrir
O otimismo,
A fé.
Apesar do chicote dos feitores
E de quem se julgava ‘mais’.
E o que é mais valoroso:
Tu aprendeste a doar
Enquanto te tiravam tudo.
A lição tua maior que ficou e ficará:
Servir também é um dom.


Na tua falta de letras
Aprendi o mais importante:
Manter-me nos trilhos quando o peso dos
Títulos tentam fazer descarrilhar.
E seguindo firme
E com fé.
E esse teu sentimento e simplicidade
Passarei adiante
E espero siga cimento nas novas gerações,
Sendo.
Somos apenas seres humanos
Choramos quando estamos sendo
Choramos para nos tornar
Choramos quando nos tornamos,
Choramos quando já passou;
Choramos para lembrar
E sempre somos
Estamos sendo
E sempre seremos
Seguindo querendo ser.
Choramos por seres mortais,
Choramos por sermos mortais.

Recuso-me a pensar que não estejas
Agora num bom lugar.
Impossível!
Sei que encontraste com quem já te aguardava,
Aqui cumpriste a tua missão, cum Lauda.
Não se vive à espera de recompensas,
Mas pela tua fé sei que Deus se compadeceu de ti.
Estás agora ao lado daquela por quem um dia choramos juntas,
Por quem choramos uma outra vez.
Se choro sozinha agora
É porque não vejo os outros que choram
Mas o carinho em forma de lágrimas
Chega até aqui.
E me recuso a ficar triste:
Sei que estás bem,
Sei que estás em paz,
Portanto
Descansa.

Uma rosa em tuas mãos.



© 2014 Helena Frenzel. Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons - Atribuição - Sem Derivações - Sem Derivados 2.5 Brasil (CC BY-NC-ND 2.5 BR). Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito à autora original (Para ter acesso a conteúdo atual aconselha-se, ao invés de reproduzir, usar um link para o texto original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.