segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Olhar para o céu e sonhar



E pensar que numa tarde estava no parquinho com minha filha e quando nos vimos sós, sugeri a ela que nos deitássemos de costas numa plataforma e olhássemos para cima, para as nuvens, para o céu. E ela topou e logo vimos o céu riscado pelo rastro de dois aviões, e balões imaginários, e nuvens brancas de algodão, um helicóptero até. E eu disse: “Balões e helicópteros não voam tão alto quanto aviões, mas se você os vê, acredito que lá estão”; e quando convidei-a para comigo levantar-se, ela virou para mim o rosto, suave, e disse: “Mamãe, vamos ficar mais um pouquinho aqui deitadas vendo as nuvens e os aviões” e eu senti tanto orgulho dela naquela tarde e vi que está crescendo mais rápido do que eu havia notado nos dois últimos anos. Estes momentos mágicos, não há nada no mundo que possa substituir, ou pagar. Também naquela tarde, os ecos do discurso aqueceram meu coração.

“Hemos sacrificado los viejos dioses inmateriales y ocupamos el templo com el “dios mercado”. (...) Civilización contra la sencillez, contra la sobriedad, contra todos los ciclos naturales, pero peor: civilización contra la libertad que supone tener tiempo para vivir las relaciones humanas, lo único trascendente: amor, amistad, aventura, solidaridad, familia. Civilización contra el tiempo libre que no paga, que no se compra, y que nos permite contemplar y escudriñar el escenario de la naturaleza.”Parte do discurso de Jose Mujica, Presidente do Uruguai, na 68° Assembléia Geral das Nações Unidas – 24 de setembro de 2013.







Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (Para ter acesso a conteúdo atual aconselha-se, ao invés de reproduzir, usar um link para o texto original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.