sábado, 31 de agosto de 2013

Questão de Encontro





De tanto ler textos com má colocação de crase, estou começando à usar onde não há. Cruzes!

Pelo que entendi, que bem pode estar errado, crase geralmente ocorre quando há o encontro de dois ‘as’:  ‘a’ artigo com um ‘a’ preposição. Por isso a ‘decoreba’ de não ser usada diante de palavra masculina, que exige o artigo ‘o’; nem digo ‘exige’, digo pede por favor, que é mais educado. Ou em certas expressões tais como ‘ter uma gramática sempre ao alcance das mãos ou da vista, sempre à vista, sempre à mão’ ou ter assistido atentatmente às aulas de Português, não a todas, só às mais essenciais, aquelas chatas às quais você faltou. Estou errada, professores? Confesso que não sei, escrevo quando sento para treinar o acento e refletir o verbo. Assim sendo, não se costuma dizer (ainda!): começar a-a usar algo, até mesmo porque ‘usar’ é verbo e aqui não pode, aqui não há. Sim, havendo exceção para tudo nesta vida não se usa crase quando o ‘a’ de alcoólicos se encontra com o ‘a’ de anônimos da sigla AA, mas se digo que preciso ir à reunião do AA, que preciso ir ao AA, aí vem a crase para complicar tudo, antes da reunião, à qual acabo por não ir. Ferreira Gullar já disse: "A crase não foi feita para humilhar ninguém". Verdade, a crase existe para marcar encontros. E por falar em encontros, encontrei um texto confirmando que esta frase é do Gullar. Quanto a mim, sigo craseando quando penso que deu encontro e vou errando, como neste texto errei. E o meu erro, já encontrou? Me avise. Eis o texto:

Uns craseaiam, outros ganham fama, Ferreira Gullar.


quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Meu Trabalho no Campo Literário




Para diminuir mal-entendidos, já que não se pode evitá-los, uma breve explicação:
Quem acompanha meus escritos sabe que criei um perfil no Facebook para divulgar um pouco mais literatura e projetos literários que gerencio, consequentemente: divulgar o meu trabalho nos blogs — chamar de quê, se é trabalho de fato? Embora feito com muito prazer. — Mas não se trata de autopromoção. Eu, Helena, a criatura, amo bastidores e coxias e não estou afim de ter de abrir mão do aconchego da minha privacidade e de um certo grau de anonimato que tanto me faz bem e me é essencial.
Não estou promovendo ‘pessoas’, promovo TEXTOS. Uso critérios literários, não critérios pessoais. Assim sendo, evito saber da vida ou do caráter dos autores com quem trabalho, muitos deles eu nem conheço e é bom que seja assim.
Meus projetos se apóiam em critérios e qualidades textuais. Sou uma estudante de Literatura ainda não atingida pela acidez do meio. Apaixonada pela arte, venho colecionando textos, já que estou montando para uso próprio primeiro, uma biblioteca virtual. Busco, através disto, ganhar experiência e desenferrujar as engrenagens do meu olhar, mantê-lo limpo e sempre aberto ao novo.
Quem acompanha meus rabiscos sabe também que eu adoro contos, causos, narrativas, e esses gêneros tenho tentado promover. Escrevo uns versos de vez em quando mas não os chamaria de poesia, não tenho essa ilusão e nem digo isso para ouvir: “que nada, é poesia sim”, chamo de ‘letripulia’ pois é o que penso que são. Falo com sinceridade porque estudei um pouquinho de lírica e lingüística é uma grande paixão.
Tenho buscado em meus projetos dar espaço a outros autores talentosos cujas obras, em minha simples visão de leitora, deveriam ser mais conhecidas; tudo é voluntário, hobby, faço pelo amor ao trabalho e pela causa, pela vontade de ver as pessoas no Brasil lendo muito, muito mais.
É, sou idealista (ô coitada!) e acho que estou só. Busco promover o EBook gratuito e livre para que haja maior chance dos textos literários e ficção chegarem ao leitor e o que é melhor: ajudá-lo em sua formação.
Não me interesso por vendas, estatísticas, curtidas vazias, não invejo o sucesso de ninguém, muito menos me regozijo com o fracasso dos outros. Creio firmemente que em Literatura o Sol brilha para todos, basta encontrar um lugarzinho para por uma toalha, uma cadeira, e se estirar com espaço suficiente para esticar pernas, braços e pescoço, ampliar o olhar.
Por isso não vejo razão para cotoveladas, concorrência, boicotes ou mesquinharias, uma falta de generosidade enorme que corrói o meio de escritores e espalha um fedor de vaidade mal-vestida que enoja quem simplesmente ama bons livros, literatura, textos inteligentes, as letrinhas, as ‘letronas’, os letreiros, os letristas, o fazer literário e artístico, puro, desinteressado, criativo, enfim: libertador.
Esta é a base dos meus projetos literários: contribuir ao menos um pouquinho para incentivar leitura e escrita com gosto e escritores a ousarem cada vez mais.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Livros Especiais

Obrigada Celêdian Assis, José Cláudio Adão, Vany Grizante e Lucia Narbot. Livros: Gandavos I e II, A Vida do Bebê - 2a Parte: De 40 Para Frente, Abelhas sem Teto e Versos ao Longo do Caminho.



















Muito grata!

Design Natural

A natureza tem solução para tudo.


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sábado, 17 de agosto de 2013

Crítica na internet?! Critica pra guru vê!



Gostaria de ter mais tempo, juro, para me dedicar ao estudo de certos padrões na rede. Vejamos os casos das celebridades-meteorito, aquelas que têm um site, blog ou canal com zilhões de seguidores, os chamados gurus, eu não estou no meio! Doido é quem se atreve a falar mal deles, prepare-se para se ver entre dois exércitos prontinhos, um para condenar e outro para lavar a honra do ofendido. Resumo da ópera: na rede ainda não é proibido, mas é desaconselhável criticar e dizer o que se pensa de verdade, pois ainda que haja fundamento, pouco importa o argumento, será ignorado, as pessoas só entendem o que querem: o que é do bem e o que é do mal de acordo com suas próprias convicções, e se o texto questiona ou chama à reflexão... bem, aí vira briga de time, sabe aquelas torcidas enlouquecidas que ninguém consegue segurar? Mais ou menos isso. E aí certos gurus se aproveitam da situação para pôr a sua torcida em ação contra seus supostos inimigos, usando como bola um cronista qualquer, por exemplo, um observador que apenas ousou questionar alguns comportamentos e declarações. Exatamente isso eu vi acontecer ‘isturdia’ mesmo e é capaz que ainda esteja acontecendo a guerra dos textos. Eu saí de fininho, fiquei só ‘urubuservando’ de acolá, não me meti porque não era comigo e percebi que se eu entrasse seria mais munição, para um time ou para o outro, pois nesses casos não há discussão, todo mundo tem razão mesmo! Fiquei com pena do cronista, digo, e torço para que ele saia com vida desse jogo sujo de críticabol. E o guru, ó: rolando de rir lá do seu pedestal... Critica, critica pra tu vê!

15 Contos+ Volume II - no ar!



terça-feira, 13 de agosto de 2013

Ode à união!

Em algumas cidades alemãs, quando alguém se casa, a tradição é procurar uma ponte e prender um cadeado, alguns levam o nome do casal, mas não é obrigado. A ponte deve estar necessariamente sobre um rio, que simboliza a vida passando, penso eu. À medida que a família vai se formando, algumas pessoas adicionam também um cadeadinho para cada filho. É bonito passar pelas pontes e ver tantas vidas unidas... uma ode à união. A foto abaixo foi tirada em uma das pontes sobre o Donau (Danúbio). Für immer significa 'Para sempre'. Idéia singela, não?



quarta-feira, 7 de agosto de 2013

PAPO DE ESCRITOR(ES) - I



“"(...) é preciso que o indivíduo não ceda às tendências egocêntricas e narcisistas (...)"*. E me pergunto por que certas coisas hoje são feitas de modo tão público. Os poetas do passado tinham, quando muito, só o recurso da correspondência e se valiam muito mais das vivências e conversações privadas, levava-se muito tempo para preparar uma única publicação. O fazer poético verdadeiro, na minha humilde visão, requer tempo, privacidade, silêncio, ruminação interior, um momento especial (será possível fazer poesia o tempo todo?). Mas as coisas mudam e o que agora vejo são esforços de adaptação ao 'fazer poético' em movimento, mas eu não sou literata nem pretendo tornar-me uma, sou apenas uma pessoa que gosta de ler. “

Mais tarde, completando:

“Estou chegando aos 40, se Deus me der mais 20 anos terei condições de arriscar uma classificação sobre os tempos atuais (risos). Que é a vez dos fragmentos e do tudo 'rapidinho', isto está bem claro, mas ainda nos resta algum poder de decisão, não sem sacrifícios. O poeta dificilmente vive no tempo da sua existência, mas isto não significa que viva em constante alienação, talvez (os poetas) sejam os únicos capazes de sobreviver a blecautes, que de tempos em tempos se dão.”

*citando trecho de e-mail de Marilú Duarte a Joaquim Moncks, publicado no status INDEPENDÊNCIA E MATURIDADE, de Joaquim Moncks no Facebook. Meu comentário aqui foi levemente modificado em relação ao original.

"Fazer literatura é muito mais do que buscar glamour. Fazer literatura é ousar, é saber ser diferente, é buscar a perfeição, é amar e conhecer intimamente o nosso idioma. O resto, se vier, é mera consequência."

Sergio Carmach, autor de Para Sempre Ana. O trecho é parte de uma de suas publicações no Facebook sobre o Dia do Escritor.

"(...) a escrita que ambiciona ser lida é como o envio de cartas a literatos desconhecidos. (...) se os gregos não tivessem mandado tantas cartas para o futuro, os romanos nunca teriam existido. Quem escreve, partilha sempre o que vê e aquilo com que se cruza. É certo que pode descrevê-lo de formas diversas mas fá-lo tendencialmente reinventando a realidade. O que não quer dizer que a nova realidade descrita seja menos real do que aquela que se quis reproduzir ficticiamente. Com efeito, na maioria dos casos, a ficção é apenas uma nova forma de construir a realidade, uma realidade moderna, porquanto é uma reconstrução do futuro pelo simples efeito de ter sofrido a intervenção de um interlocutor a jusante. " A Cidade dos Sete Mares, Victor Eustáquio, pg. 55

Para juntar ao papo, mais um atrevimento:
"(...) a realidade que pensamos percepcionar, a realidade física e tridimensional, reduz-se ao despotismo da sintaxe, à arbitrariedade das relações de concordância e dependência incondicionais; uma realidade possível em que cremos como certa pelas informações que nos são dadas pelos sentidos do corpo humano; uma realidade ancorada na disposição estrutural mais ou menos ordenada e harmoniosa, e igualmente funcional, de unidades, números, símbolos, como o sujeito e o predicado, na linguística, orações sintácticas, que tanto servem para as frases da linguagem como para as frases musicais.
Este é o mundo cacofónico em que vivemos ou que, pelo menos, julgamos viver. Por mais cantos e recantos que esquadrinhemos nas viagens que ao longo da vida vamos fazendo, na redoma doméstica, local, próxima, com a qual temos a inclinação de nos identificar mais facilmente, ou na aridez selvagem do globo terrestre, percorrendo um conjunto indeterminado de pontos distantes na imensidão intercontinental, não há forma de escapar. Nasce-se com a marca e com ela se coabita até ao fim: a marca que nos caracteriza como seres de mumificação lenta", in «A Cidade dos Sete Mares»

"Seres de mumificação lenta", adorei esta descrição desde a primeira leitura de A Cidade (sublinhei, claro). Abraços, Victor Eustaquio. Obrigada por enriquecer o 'papo'.

Estou lendo um romance em que um dos personagens principais, uma escritora, comenta esta mania que escritores têm de criar sempre uma história para 'embalar' tudo o que desejam contar e questiona-se por que é tão difícil dizer a verdade, por que não dizer, simplesmente, a verdade? Lógico que quem escreve sabe a resposta, pelo menos uma: todos precisamos de histórias, cobertores de ilusões.

Dia desses tomei um banho (tomo todos os dias, claro, mas desse dia recordo bem) e quando estava terminado notei que havia lavado o cabelo com sabonete líquido e ensaboado o corpo com xampu. Daí brotou a idéia para escrever Distraído. Hoje, agorinha mesmo, pensando no gato, aquele que mia ou que está miando em Português ou Alemão, ocorreu-me o mesmo: só notei que havia trocado os frascos na hora de enxaguar. O que será que vai nascer disso? Espero que tenha cabelos e uma boa história para contar. :-)

Mudando de assunto, para descontração:

Minha filha tem quase dois anos e outro dia tivemos o seguinte diálogo:
— Filha, mamãe te ama.
Ela só me olhou e eu continuei:
— Você nem sabe o que é amor, né filha? O que é amor?
— Lavar carro. — ela respondeu.

Para alguns não deixa de ser, não é mesmo? Acho que ela já compreendeu sim o que é 'amor'.

Sobre plágio, fico pensando: ao invés de perder um tempão tentando 'maquiar' idéias e frases alheias para parecerem outras, por que não investir tempo e energia para melhorar as próprias? Eu, hein?! Errar ao fazer os créditos devidamente, por engano, vá lá... mas copiar descaradamente e ainda assinar? Pena que a pariu, não?!