Para quem se deixa envolver por literaturas, este pensamento é
bem interessante:
"Literatura como arte, como fim último da escrita
e leitura precisa desvencilhar-se de seu passado niilista, entender de onde vem
seus genes, e saber que sem eles nada há. O ineditismo narrativo tem cobrado
preço alto da literatura, e vimos o fim no trabalho de Miss Stein. Construir
máquinas narrativas inéditas acaba virando um clichê que repele o conteúdo,
prioriza a forma, e de certa maneira perde o objetivo da escrita, como a comida
que levou muito sal, passa do ponto. Podemos ver bem este dilema na obra
de Joyce que culmina com Ulysses e
declina abruptamente em Finnegans Wake, que perde o apelo ao leitor normal e
só cativa a quem estuda literatura pura ou aprecia apenas arte narrativa. É
preciso entender que escrever ainda é um meio de comunicação e quando deixa de
comunicar, perdeu sua função, há que existir um equilíbrio, um balanço, e é
neste equilíbrio que encontra-se a arte última, ou apenas arte. Qualquer
artífice escreve, e se dotado de grande habilidade, produz arte. A exclusiva
prioridade da forma pura já mostrou sua infertilidade, cabe a seus ideólogos
perceberem que trilham o caminho de morte e mudar a rota." (O negrito é
nosso; os links pertencem ao texto original).
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