terça-feira, 2 de abril de 2013

Forma X conteúdo: eterna equação


Para quem se deixa envolver por literaturas, este pensamento é bem interessante:

"Literatura como arte, como fim último da escrita e leitura precisa desvencilhar-se de seu passado niilista, entender de onde vem seus genes, e saber que sem eles nada há. O ineditismo narrativo tem cobrado preço alto da literatura, e vimos o fim no trabalho de Miss Stein. Construir máquinas narrativas inéditas acaba virando um clichê que repele o conteúdo, prioriza a forma, e de certa maneira perde o objetivo da escrita, como a comida que levou muito sal, passa do ponto. Podemos ver bem este dilema na obra de Joyce  que culmina com Ulysses e declina abruptamente em Finnegans Wake,  que perde o apelo ao leitor normal e só cativa a quem estuda literatura pura ou aprecia apenas arte narrativa. É preciso entender que escrever ainda é um meio de comunicação e quando deixa de comunicar, perdeu sua função, há que existir um equilíbrio, um balanço, e é neste equilíbrio que encontra-se a arte última, ou apenas arte. Qualquer artífice escreve, e se dotado de grande habilidade, produz arte. A exclusiva prioridade da forma pura já mostrou sua infertilidade, cabe a seus ideólogos perceberem que trilham o caminho de morte e mudar a rota." (O negrito é nosso; os links pertencem ao texto original).
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