Não sou muito
fã de blogs pessoais, admito. No entanto, alguns são muito bons, bem escritos,
o autor ou a autora já passou por tantas e tantos e tem ótimas histórias para contar.
Desde 1995 venho usando a Internet e sempre mantive sites, porém
mais voltados para o trabalho, o que me interessa mais. Em 2005, passando por
uma crise, voltei a escrever, mas só para mim mesma, buscando
chão. Nessa época redescobri a escrita como terapia, pois há muito tempo não
escrevia quase nada pessoal, nem cartas. Daí um amigo me disse: "Por que você
não cria um blog?". Também contou-me que, numa crise, saíra um dia navegando sem
destino e parara num desses blogs pessoais. A autora vivia situação semelhante
à dele e seus textos trouxeram-lhe consolo, alívio e um novo olhar. Lógico que
como “homem que é homem não chora” essa autora não recebeu dele sequer
um “muito obrigado” porque “macho que é macho não lê blogs desse tipo" e muito
menos sai por aí "se emocionando" com o que lê. Daí pensei: se minha
experiência puder ser útil a mais alguém além de mim mesma, tenho um bom
motivo para criar um blog, não é mesmo? Porém, segui ocupando-me com coisas
mais importantes até que em 2008 meu mundo caiu outra vez: novas marcas, novo
marco, um dos maiores até aqui. Para ajudar-me a juntar os cacos surgiu o Blog
da Helena, contudo minha experiência com textos
pessoais não perdurou e o Blog da Helena abriu alas para o Bluemaedel passar, revelando-me a literatura e as artes como os medicamentos mais eficazes desde
que o ser humano aprendeu a rabiscar. Analisando meus textos, não sei se tenho
conseguido fugir dos contornos do próprio umbigo, mas a escrita tem me permitido cada vez mais ‘sair do
couro’, ‘ser’ muitos e assumir vários papéis, os mais exóticos e alheios. Ou
estaria eu enganada, já que enorme é o apelo e deliciosa a tentação dos relatos pessoais? Muito depende de como se conta uma história, não é
mesmo? Meu caso com o Bluemaedel tem me mostrado que parece ser possível, sim,
falar da vida sem exposições desnecessárias e o que é melhor: compartilhar.
PORÉM, e que isto fique BEM CLARO: nada disto seria possível sem a participação dos leitores que, com seus
valiosos comentários, ajudaram este blog e a letripulista a chegarem onde chegou. E este 'textículo', além
de contar um pouco desta história, é para expressar aos fiéis leitores e leitoras minha enorme gratidão: Muito Obrigada!
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