quinta-feira, 29 de julho de 2010

Coisa boa, recomendo

Isto mesmo!

E este texto, quem gosta de ler e se revolta com a formação de "ledores dinâmicos" não  pode deixar de conferir:

O professor que odeia o livro
por PAULO GHIRALDELLI JR.

Bom proveito!

domingo, 25 de julho de 2010

Perfeita Combinação







Buscava pano para um vestido. Azul-claro, tecido leve e solto, como tinha que ser. Queria arrasar! No meio de seus sonhos-devaneios surgiu a vendedora perguntando: “E então, meu filho, o que vai querer?” Espremeu as lágrimas com força bem na palma da mão esquerda. Chegou a doer; não se entregou. “Quero nada não” e saiu depressa, fronte baixa, antes que viesse a explosão. E aconteceu na rua, a caminho de casa. Maldosa, míope ou sem-juízo? Um par de brincos! Sim, com o cabelo curto e brincos, um par que combinasse com o vestido que logo mandaria fazer. Coisa rápida, "ai!", e a furada também. Saiu contente prevendo o fim de todas as confusões. Uma semana para a festa, entra em outra loja, desta vez com a mãe. Tecido escolhido, cortado, segue para o caixa. “Mãe, nos vemos lá embaixo, Ok? Assim você tem tempo de ver as promoções”. “Está bem!” Artigo pago, recibo em mãos, faltava o pacote. Uma funcionária, olhar torto, sem tato, chama o cliente da vez: “Aqui, rapaz!” Estica o pescoço e se aproxima, girando bem leve a cabeça em ambas direções; a funcionária lhe dedica um olhar banal. Entrega o recibo e fica olhando para o pacote balançando no ar. Numa última tentativa, estica bem o pescoço acariciando os brincos e ... “Esse é o seu pacote, não, rapazinho?” Não podendo mais conter a ira, deixou ecoar um tremendo grito: “Eu sou menina, ME-NI-NA!!”. Buscou a saída: pára-raios. Nas orelhas, queimavam os brincos; e embaixo do braço, o peso quase insustentável do leve tecido azul.



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Revisado em 18.09.2010








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sexta-feira, 23 de julho de 2010

Acidente cabeludo

Reprodução gentilmente autorizada pelo autor da foto (JCS)



Atração do cabelo, ou da música. Tinhas que estar cantando aquele fio de cabelo comprido quando, acabando o forro, e com cimento branco, te cai na cabeça, no cabelo comprido!, boa parte do material e de secagem rápida. Corres para o banho e com pavor te despes. Tem que ser coisa rápida! Lavas a cabeleira, lavas de novo e tornas a lavar. Será que saiu tudo? E te imaginas já sem cabelo, uma careca sem fim. Pensas que terás que mandar cortar, um corte ultra-moderno: Sinead O’Connor? Ah não, please! Pra ela cai bem, mas pra ti... Secagem rápida, só que agora do cabelo e, que alívio!, o cimento não estava mais.

De banho tomado e cabelo sequinho não queres saber de mais nada. O resto do serviço que espere, afinal foi mesmo SÓ por um triz. Consciência te agulha, voltas ao local do acidente e vês que agora o cimento, antes pouco consistente, havia endurecido pouquinho mais e as falhas do teto continuam lá. Mãos à obra então mas... ATENÇÃO: desta vez, fio de cabelo, nem em pensamento!! que dirá em canção...



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Revisado em 18.09.2010





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domingo, 11 de julho de 2010

Conta de Amizades

Mil vezes um amigo que SÓ me aponte defeitos, do que mil que SÓ me façam elogios... Ninguém é perfeito e ilusão envenena.

Também publicado no Recanto das Letras em 11/07/2010
Código do Texto: T2370966


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sexta-feira, 9 de julho de 2010

Pensi che sia...


Dia... complicado?
Não dirias... De que tipo então?
Cansativo!
Sim, um dia muito cansativo.
Lutaste pra sair da cama logo cedo.
Bem, cedo, cedo... não era assim tão cedo, confessa.
Já tiveste “cedos” piores.
Pudeste postergar até o último segundo, e o fizeste.
Por certo!
Quando te deste por vencer, corrida contra o relógio.
Deu tempo ainda, graças a Deus!
E depois o ônibus e uns quinze minutos ganhos: alívio!
Caminhaste, não correste. Como disseste: o tempo deu.
Daí, as palestras.
O que significa isto?
Conversa, exposição oral e formal sobre um tema.
ConversaS!
Sim, pois foram muitas.
Perdes a conta agora?
Não deverias...
Concentra-te!
Estás a dormir, criatura?!
Como pode tal coisa?
Queres saber do teu dia, não decepciones.
Está certo! Então o aniversário...
Todos comiam bolos e tu com uma fome “do cajado", "merreca!”
Que fazer com a insulina senão baixar-lhe a crista?
Queres ver quem é o mais forte?
Cuidado, açúcar pode matar! -- o físico e o metafórico.
Pois bem, fome de doce e cansaço: baixa insulina, sobe mal humor.
“Se chegar perto, mordo!” O que é isso, nada mais calmante do que um estômago não-vazio pra zanga acabar.

Tomaste banho, trocaste de roupa e agora, ao final de um dia assim, tão cansativo, nada melhor do que o frio de um chão de ladrilhos acariciando plantas de recém-libertos pés, salada, limonada fresca e um belo pôr-de-sol, já que não és nem um pouco de ferro...


Da série: “Pelo puro só prazer de escrever”


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Revisado em 18.09.2010
Helena Frenzel
Publicado no Recanto das Letras em 09/07/2010
Código do texto: T2367949



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